SERGIPE COLONIAL
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Quando Começou a colonização de Sergipe?
A colonização do território onde hoje está Sergipe começou em 1590. Esse território fazia parte da capitania doada a Francisco Pereira Coutinho em 1534, que se estendia do Rio São Francisco até a Ponta do Padrão na Bahia.
Por que a capitania foi chamada a princípio Sergipe d’El Rey?
O território entre o Rio Real e o Rio São Francisco foi comprado pelo Rei D. João III, após o falecimento do donatário da capitania da Bahia em 1547, de seus herdeiros com a finalidade de barrar a incursões francesas.
Quem habitava Sergipe antes do processo de colonização Português?
Sergipe era habitado por tribos Tupinambá, Kiriri, Boimé, Karapotó, Aramuru entre outras, sendo que predominava aqui tribos tupinambás.
Antes da colonização os índios tiveram contato com os brancos(europeus)?
Sim. As expedições piratas franceses estabeleceram contato com as tribos do litoral sergipano, efetuando escambo, ou seja, troca de objetos (miçangas, espelhos, instrumentos de metal, etc. ) por Pau-Brasil. Essa relação entre franceses e índios ocorria de forma amistosa ao contrário da relação hostil empreendida pelos colonizadores portugueses. Em 1575, após solicitação de alguns chefes indígenas, padres jesuítas fundaram missões no território onde hoje está Sergipe. Foram criadas as missões de São Tomé (na atual Santa Luzia do Itanhy), Santo Inácio (as margens do rio Vasa-Barris em Itapuranga) e São Paulo (no litoral). Os jesuítas responsáveis pela catequização dos indígenas foram; Gaspar Lorenço e João Salônio.
Por que os portugueses usaram de violência contra os índios, antes da colonização?
Luiz Antonio de Brito organizou uma expedição, em 1575, para explorar a margem norte do Rio Real. Os índios se sentiram ofendidos devido a invasão de soldados nas roças indígenas, bem como, ao rapto de mulheres. O resultado foi a expulsão dos jesuítas e a resistência à ocupação portuguesa. Ao se aproximar da aldeia Santo Inácio, os índios locais se puseram em fuga. Esse fato foi tido como um ato hostil pelos portugueses, resultando numa ocupação violenta do território sergipano. Resultado, várias aldeias foram atacadas, provocando a morte do Cacique Surubi, o aprisionamento do Cacique Serigi e a fuga de Aperipê.
Como se deu a colonização de Sergipe?
Como pretexto de guerra aos índios, em 1589, Cristóvão de Barros comandou uma tropa de 5.000 homens e conquistou o território ao norte do Rio Real. Em dezembro de 1589 ocupou a foz do Rio Real. Após os confrontos o saldo foram 2.400 mortos e 4.000 índios escravizados. Em seguida, as tribos ao norte foram atacadas e destruídas. Em janeiro de 1590, Cristóvão de Barros, fundou São Cristóvão, a primeira povoação portuguesa no território sergipano. Considerada a quarta povoação mais antiga do Brasil, São Cristóvão foi a princípio localizada no litoral próximo a foz do rio Poxim, acima da foz do Vasa-
Barris, onde hoje está Aracaju. Essa povoação serviu como base das tropas portuguesas, e tinha como edificações; uma igreja, presídio e arsenal de armas. Posteriormente essa povoação será abandonada por ser vulnerável a ataques pelo litoral. A atual cidade de São Cristóvão está localizada numa colina próxima ao Rio Vaza-Barris. O distanciamento do litoral visava proteger a cidade de ataques de piratas franceses.
Como foi o processo de ocupação?
A capitania de Sergipe tornou-se estratégica devido a localização entre as Capitanias da Pernambuco e da Bahia. Por esse motivo a guerra justa contra os índios foi autorizada pela coroa portuguesa. A capitania sergipana tornou-se zona de passagem entre as duas capitanias mais prósperas do nordeste. Logo após a conquista do território e destruição dos aldeamentos indígenas, foram distribuídas sesmarias visando à ocupação do território. As primeiras sesmarias se dedicavam a criação de gado, animais de carga e alguns engenhos de pequeno porte.
Por que a criação de gado foi a principal atividade no processo de colonização de Sergipe?
Felisbelo Freire, o primeiro historiador de Sergipe, ao analisar o processo de colonização de Sergipe já argumentava “O sergipano antes de ser agricultor foi pastor”, pois antes mesmo de Sergipe ser colonizado, fazendeiros baianos já aproveitavam as águas do Rio Real para matar a sede do gado e criar rebanhos nas imediações do mesmo. Com a ocupação do território, a capitania foi aproveitada para criação de gado, se valendo dos rios na região, fornecendo carne bovina e animais de carga para as capitanias vizinhas. Isso permitia que as capitanias da Bahia e Pernambuco, se dedicassem prioritariamente a produção canavieira.
O nome de muitas cidades sergipanas revelam a importância da pecuária na sua origem: Campos Novos do Rio Real (atual Tobias Barreto), Malhador, Curral das Pedras (atual Gararu), Campo do Brito, bem como, outras povoações que tem sua origem relacionada com a pecuária, a exemplo de; Simão Dias, Nossa Senhora da Glória, Porta da Folha, Aquidabã e Riachão do Dantas.
Que conseqüências a opção pela pecuária trouxe para a colonização de Sergipe?
As primeiras sesmarias a princípio foram dadas aos soldados de Cristóvão de Barros, mas também, havia distribuições de lotes de grande porte para famílias mais abastadas da capitania baiana. Logo, o latifúndio e a concentração de terras é resultado desse processo, o que tem resquícios até hoje. No entanto, vale ressaltar que a pecuária ao contrário da produção canavieira não exigia grande quantidade de mão-de-obra escrava, logo, grande parte do território sergipano teve uma ocupação mais democrática e menos hierarquizada.
Quem foi Belchior Dias Moréia?
Belchior Dias Moréia era um proprietário de terras proprietário da fazenda “Jabiberi”, no atual município de Tobias Barreto que organizou entradas no território sergipano a procura de metais e pedras preciosas. Tornou-se um dos personagens mais emblemáticos do período colonial, por ter afirmado teria encontrado ouro e prata na Serra de Itabaiana, em 1619. Como a Coroa Portuguesa ansiava por descoberta de metais preciosos em sua colônia, a notícia logo se espalhou e Belchior Dias ganhou notoriedade. Pressionado pelas autoridades portuguesas recusou dar a localização das minas o que o levou a prisão. Morreu em 1622 sem revelar o segredo. Após outras expedições portuguesas, as autoridades consideram o episódio uma farsa de Belchior Dias Moréia, visto que, não encontraram a ditas minas de prata e ouro.
Por que holandeses invadiram Sergipe?
Após a União Ibérica que durou de 1580 a 1640, a Holanda foi proibida de comercializar o açúcar produzido no Brasil. Após a tentativa de invadir a colônia ocupando Salvador em 1624, acabaram sendo expulsos após um ano de ocupação. No Entanto, a Companhia da Índias Ocidentais, empresa holandesa responsável pelo comércio do açúcar organizou uma nova invasão com mais recursos e preparo. E em 1630 invadiram a capitania de Pernambuco. A partir de Recife estenderam seus domínios para o norte até o maranhão, em direção ao sul conquistaram o território Sergipano, até as margens norte do Rio Real. A princípio os domínios holandeses se estendiam até Penedo, margem norte do Rio São Francisco onde foi construído um forte. Mas em 1937, os holandeses resolveram invadir Sergipe interessados em se apoderar dos criatórios de gado e das povoações. A tática portuguesa então foi evacuar o gado ou matar rebanhos que não pudessem ser transportados, além de queimar os campos e destruir as povoações. Tratava-se da tática da terra arrasada, empreendida pelo Conde Bagnoulo. Quando o comandante holandês Van Schoppke chegou a São Cristóvão encontrou a cidade parcialmente destruída. Com raiva mandou queimar o que sobrou.
Como foi a ocupação holandesa?
Os holandeses não povoaram e nem investiram no território sergipano. Basicamente, construíram um forte na foz do Rio Real, estabelecendo uma contenção a resistência portuguesa. Durante oito anos controlaram a capitania de Sergipe militarmente, até que em 1645, os portugueses controlaram o forte holandês do Rio Real e em 1646, expulsaram definitivamente os holandeses na batalha de Urubu (atual Própria).
Quem foi Numo Olferdi?
A Companhia da Índias Ocidentais tinha projeto de colonização e exploração da Capitania de Sergipe. A prova disso foi um acordo provisório firmado em 1642, com o empresário Numo Olferdi, para explorar economicamente a Capitania de Sergipe. O acordo jamais foi concretizado e Sergipe ficou praticamente abandonado durante a ocupação holandesa, bem como, o período posterior após a expulsão dos holandeses.
Quais foram as primeiras vilas que surgiram em Sergipe?
As primeiras vilas surgiram ainda no século XVII, foram elas: Santo Antonio e Almas de Itabaiana (1696), Nossa Senhora da Piedade do Lagarto (1696), Santa Luzia do Itanhy (1699), Santo Amaro das Brotas (1699), Vila Nova, atual Neópolis (1731), Santo Antonio do Urubu de Baixo, atual Própria (1801). Havia ainda povoamentos que posteriormente se tornariam vilas dando origem a municípios atuais de Sergipe, como; Nossa Senhora do Socorro, Laranjeiras, Estância, Matas de Simão Dias e Campos do Rio Real, atual Tobias Barreto.
A colonização do território onde hoje está Sergipe começou em 1590. Esse território fazia parte da capitania doada a Francisco Pereira Coutinho em 1534, que se estendia do Rio São Francisco até a Ponta do Padrão na Bahia.
Por que a capitania foi chamada a princípio Sergipe d’El Rey?
O território entre o Rio Real e o Rio São Francisco foi comprado pelo Rei D. João III, após o falecimento do donatário da capitania da Bahia em 1547, de seus herdeiros com a finalidade de barrar a incursões francesas.
Quem habitava Sergipe antes do processo de colonização Português?
Sergipe era habitado por tribos Tupinambá, Kiriri, Boimé, Karapotó, Aramuru entre outras, sendo que predominava aqui tribos tupinambás.
Antes da colonização os índios tiveram contato com os brancos(europeus)?
Sim. As expedições piratas franceses estabeleceram contato com as tribos do litoral sergipano, efetuando escambo, ou seja, troca de objetos (miçangas, espelhos, instrumentos de metal, etc. ) por Pau-Brasil. Essa relação entre franceses e índios ocorria de forma amistosa ao contrário da relação hostil empreendida pelos colonizadores portugueses. Em 1575, após solicitação de alguns chefes indígenas, padres jesuítas fundaram missões no território onde hoje está Sergipe. Foram criadas as missões de São Tomé (na atual Santa Luzia do Itanhy), Santo Inácio (as margens do rio Vasa-Barris em Itapuranga) e São Paulo (no litoral). Os jesuítas responsáveis pela catequização dos indígenas foram; Gaspar Lorenço e João Salônio.
Por que os portugueses usaram de violência contra os índios, antes da colonização?
Luiz Antonio de Brito organizou uma expedição, em 1575, para explorar a margem norte do Rio Real. Os índios se sentiram ofendidos devido a invasão de soldados nas roças indígenas, bem como, ao rapto de mulheres. O resultado foi a expulsão dos jesuítas e a resistência à ocupação portuguesa. Ao se aproximar da aldeia Santo Inácio, os índios locais se puseram em fuga. Esse fato foi tido como um ato hostil pelos portugueses, resultando numa ocupação violenta do território sergipano. Resultado, várias aldeias foram atacadas, provocando a morte do Cacique Surubi, o aprisionamento do Cacique Serigi e a fuga de Aperipê.
Como se deu a colonização de Sergipe?
Como pretexto de guerra aos índios, em 1589, Cristóvão de Barros comandou uma tropa de 5.000 homens e conquistou o território ao norte do Rio Real. Em dezembro de 1589 ocupou a foz do Rio Real. Após os confrontos o saldo foram 2.400 mortos e 4.000 índios escravizados. Em seguida, as tribos ao norte foram atacadas e destruídas. Em janeiro de 1590, Cristóvão de Barros, fundou São Cristóvão, a primeira povoação portuguesa no território sergipano. Considerada a quarta povoação mais antiga do Brasil, São Cristóvão foi a princípio localizada no litoral próximo a foz do rio Poxim, acima da foz do Vasa-
Barris, onde hoje está Aracaju. Essa povoação serviu como base das tropas portuguesas, e tinha como edificações; uma igreja, presídio e arsenal de armas. Posteriormente essa povoação será abandonada por ser vulnerável a ataques pelo litoral. A atual cidade de São Cristóvão está localizada numa colina próxima ao Rio Vaza-Barris. O distanciamento do litoral visava proteger a cidade de ataques de piratas franceses.
Como foi o processo de ocupação?
A capitania de Sergipe tornou-se estratégica devido a localização entre as Capitanias da Pernambuco e da Bahia. Por esse motivo a guerra justa contra os índios foi autorizada pela coroa portuguesa. A capitania sergipana tornou-se zona de passagem entre as duas capitanias mais prósperas do nordeste. Logo após a conquista do território e destruição dos aldeamentos indígenas, foram distribuídas sesmarias visando à ocupação do território. As primeiras sesmarias se dedicavam a criação de gado, animais de carga e alguns engenhos de pequeno porte.
Por que a criação de gado foi a principal atividade no processo de colonização de Sergipe?
Felisbelo Freire, o primeiro historiador de Sergipe, ao analisar o processo de colonização de Sergipe já argumentava “O sergipano antes de ser agricultor foi pastor”, pois antes mesmo de Sergipe ser colonizado, fazendeiros baianos já aproveitavam as águas do Rio Real para matar a sede do gado e criar rebanhos nas imediações do mesmo. Com a ocupação do território, a capitania foi aproveitada para criação de gado, se valendo dos rios na região, fornecendo carne bovina e animais de carga para as capitanias vizinhas. Isso permitia que as capitanias da Bahia e Pernambuco, se dedicassem prioritariamente a produção canavieira.
O nome de muitas cidades sergipanas revelam a importância da pecuária na sua origem: Campos Novos do Rio Real (atual Tobias Barreto), Malhador, Curral das Pedras (atual Gararu), Campo do Brito, bem como, outras povoações que tem sua origem relacionada com a pecuária, a exemplo de; Simão Dias, Nossa Senhora da Glória, Porta da Folha, Aquidabã e Riachão do Dantas.
Que conseqüências a opção pela pecuária trouxe para a colonização de Sergipe?
As primeiras sesmarias a princípio foram dadas aos soldados de Cristóvão de Barros, mas também, havia distribuições de lotes de grande porte para famílias mais abastadas da capitania baiana. Logo, o latifúndio e a concentração de terras é resultado desse processo, o que tem resquícios até hoje. No entanto, vale ressaltar que a pecuária ao contrário da produção canavieira não exigia grande quantidade de mão-de-obra escrava, logo, grande parte do território sergipano teve uma ocupação mais democrática e menos hierarquizada.
Quem foi Belchior Dias Moréia?
Belchior Dias Moréia era um proprietário de terras proprietário da fazenda “Jabiberi”, no atual município de Tobias Barreto que organizou entradas no território sergipano a procura de metais e pedras preciosas. Tornou-se um dos personagens mais emblemáticos do período colonial, por ter afirmado teria encontrado ouro e prata na Serra de Itabaiana, em 1619. Como a Coroa Portuguesa ansiava por descoberta de metais preciosos em sua colônia, a notícia logo se espalhou e Belchior Dias ganhou notoriedade. Pressionado pelas autoridades portuguesas recusou dar a localização das minas o que o levou a prisão. Morreu em 1622 sem revelar o segredo. Após outras expedições portuguesas, as autoridades consideram o episódio uma farsa de Belchior Dias Moréia, visto que, não encontraram a ditas minas de prata e ouro.
Por que holandeses invadiram Sergipe?
Após a União Ibérica que durou de 1580 a 1640, a Holanda foi proibida de comercializar o açúcar produzido no Brasil. Após a tentativa de invadir a colônia ocupando Salvador em 1624, acabaram sendo expulsos após um ano de ocupação. No Entanto, a Companhia da Índias Ocidentais, empresa holandesa responsável pelo comércio do açúcar organizou uma nova invasão com mais recursos e preparo. E em 1630 invadiram a capitania de Pernambuco. A partir de Recife estenderam seus domínios para o norte até o maranhão, em direção ao sul conquistaram o território Sergipano, até as margens norte do Rio Real. A princípio os domínios holandeses se estendiam até Penedo, margem norte do Rio São Francisco onde foi construído um forte. Mas em 1937, os holandeses resolveram invadir Sergipe interessados em se apoderar dos criatórios de gado e das povoações. A tática portuguesa então foi evacuar o gado ou matar rebanhos que não pudessem ser transportados, além de queimar os campos e destruir as povoações. Tratava-se da tática da terra arrasada, empreendida pelo Conde Bagnoulo. Quando o comandante holandês Van Schoppke chegou a São Cristóvão encontrou a cidade parcialmente destruída. Com raiva mandou queimar o que sobrou.
Como foi a ocupação holandesa?
Os holandeses não povoaram e nem investiram no território sergipano. Basicamente, construíram um forte na foz do Rio Real, estabelecendo uma contenção a resistência portuguesa. Durante oito anos controlaram a capitania de Sergipe militarmente, até que em 1645, os portugueses controlaram o forte holandês do Rio Real e em 1646, expulsaram definitivamente os holandeses na batalha de Urubu (atual Própria).
Quem foi Numo Olferdi?
A Companhia da Índias Ocidentais tinha projeto de colonização e exploração da Capitania de Sergipe. A prova disso foi um acordo provisório firmado em 1642, com o empresário Numo Olferdi, para explorar economicamente a Capitania de Sergipe. O acordo jamais foi concretizado e Sergipe ficou praticamente abandonado durante a ocupação holandesa, bem como, o período posterior após a expulsão dos holandeses.
Quais foram as primeiras vilas que surgiram em Sergipe?
As primeiras vilas surgiram ainda no século XVII, foram elas: Santo Antonio e Almas de Itabaiana (1696), Nossa Senhora da Piedade do Lagarto (1696), Santa Luzia do Itanhy (1699), Santo Amaro das Brotas (1699), Vila Nova, atual Neópolis (1731), Santo Antonio do Urubu de Baixo, atual Própria (1801). Havia ainda povoamentos que posteriormente se tornariam vilas dando origem a municípios atuais de Sergipe, como; Nossa Senhora do Socorro, Laranjeiras, Estância, Matas de Simão Dias e Campos do Rio Real, atual Tobias Barreto.
Postado por Marcos Moretti às 22:26 0 comentários
QUEM FOI SIMÃO DIAS?
O nome do município é uma homenagem a Simão Dias, figura histórica que desde a emancipação política teve seu nome envolvido em calorosos debates sobre a sua real participação na origem da povoação. O município se originou como como conseqüência da invasão holandesa em Sergipe, pois com a eminência de uma ocupação o governo geral ordenou que o gado fosse evacuado. No entanto Braz Rabelo, latifundiário das terras de Itabaiana decidiu que o gado, ao invés de ser evacuado para além da margem sul do Rio Real, fosse escondido nas matas do Caiçá.
A região, onde hoje está a cidade, era povoação de índios que habitavam as margens do Rio Caiçá. Este hoje banha a cidade totalmente poluído.
A emancipação veio com a República por decreto de Felisberto Freire quando exercia o mandato de presidente do Estado de Sergipe, o que equivaleria a Governador de Estado atualmente. Este, um dos primeiros historiadores sergipanos, defendeu a origem histórica do vaqueiro afirmando em seu livro “História de Sergipe” que:
“Os terrenos onde está edificada hoje (1891) a Vila de Simão Dias foram doadas a Simão Dias Fontes, Cristóvão Dias e Agostinho da Costa” (FREIRE: 1997, p. 322).
O mesmo baseava a sua informação em estudos que demonstravam a existência de um homem chamado de Simão Dias Fontes, que juntamente com Cristóvão Dias e Agostinho Costa solicitaram sesmarias ao governo real nos anos de 1599, 1602 e 1607. O primeiro povoador também era conhecido como Simão Dias Francês.
No entanto com passar dos anos personalidades locais começaram a questionar a existência do referido povoador, levantado suspeitas sobre existência do mesmo. O grande defensor dessa tese foi o Padre João de Matos Carvalho que na intenção de Homenagear o Comendador Cel. Sebastião da Fonseca Andrade, mais conhecido com Barão de Santa Rosa, bem com à sua esposa resolveu desqualificar a tese defendida por Felisberto Freire. O padre tinha parentesco com a esposa do comendador e valeu-se de uma poderosa retórica, como também de várias controvérsias sobre a figura do vaqueiro Simão Dias. Esse debate está relatado no livro com título “Simão Dias ou Anápolis? Resenha histórica de sua fundação” publicado em 1912. Nesse livro ele levanta a tese de que na verdade o município se originou do esforço de Ana Francisca de Menezes, pois a mesma dou as terras onde hoje está edificada a Matriz de Santana. Nesse mesmo local, no passado, foi edificada uma capela onde daria origem à freguesia, posteriormente a Vila e por fim o Município. Sob esses argumentos o município teve então seu nome alterado em 25 de outubro de 1912, passando a se chamar “Anápolis” , como homenagem à Ana Francisca de Menezes e Ana Freire de Carvalho, esposa do Barão.
No entanto, os debates continuaram acalorados. Felisberto Freire, bem como vários intelectuais sergipanos e simãodienses defenderam com veemência o nome do Vaqueiro Simão Dias, como o primeiro povoador. O questão seria revista durante o Estado Novo, quando após a criação do IBGE por Getúlio Vargas, ficou vedada a existência de cidades com o mesmo nome no território Nacional. Como existia um município goiano com esse nome, e mais antigo, a Anápolis sergipana teve que voltar a se chamar Simão Dias, pelo decreto Lei nº 533, de 7 de dezembro de 1944.
Escrito por:
Marcelo Domingos de Souza
Licenciado em história pela Universidade Federal de Sergipe
A região, onde hoje está a cidade, era povoação de índios que habitavam as margens do Rio Caiçá. Este hoje banha a cidade totalmente poluído.
A emancipação veio com a República por decreto de Felisberto Freire quando exercia o mandato de presidente do Estado de Sergipe, o que equivaleria a Governador de Estado atualmente. Este, um dos primeiros historiadores sergipanos, defendeu a origem histórica do vaqueiro afirmando em seu livro “História de Sergipe” que:
“Os terrenos onde está edificada hoje (1891) a Vila de Simão Dias foram doadas a Simão Dias Fontes, Cristóvão Dias e Agostinho da Costa” (FREIRE: 1997, p. 322).
O mesmo baseava a sua informação em estudos que demonstravam a existência de um homem chamado de Simão Dias Fontes, que juntamente com Cristóvão Dias e Agostinho Costa solicitaram sesmarias ao governo real nos anos de 1599, 1602 e 1607. O primeiro povoador também era conhecido como Simão Dias Francês.
No entanto com passar dos anos personalidades locais começaram a questionar a existência do referido povoador, levantado suspeitas sobre existência do mesmo. O grande defensor dessa tese foi o Padre João de Matos Carvalho que na intenção de Homenagear o Comendador Cel. Sebastião da Fonseca Andrade, mais conhecido com Barão de Santa Rosa, bem com à sua esposa resolveu desqualificar a tese defendida por Felisberto Freire. O padre tinha parentesco com a esposa do comendador e valeu-se de uma poderosa retórica, como também de várias controvérsias sobre a figura do vaqueiro Simão Dias. Esse debate está relatado no livro com título “Simão Dias ou Anápolis? Resenha histórica de sua fundação” publicado em 1912. Nesse livro ele levanta a tese de que na verdade o município se originou do esforço de Ana Francisca de Menezes, pois a mesma dou as terras onde hoje está edificada a Matriz de Santana. Nesse mesmo local, no passado, foi edificada uma capela onde daria origem à freguesia, posteriormente a Vila e por fim o Município. Sob esses argumentos o município teve então seu nome alterado em 25 de outubro de 1912, passando a se chamar “Anápolis” , como homenagem à Ana Francisca de Menezes e Ana Freire de Carvalho, esposa do Barão.
No entanto, os debates continuaram acalorados. Felisberto Freire, bem como vários intelectuais sergipanos e simãodienses defenderam com veemência o nome do Vaqueiro Simão Dias, como o primeiro povoador. O questão seria revista durante o Estado Novo, quando após a criação do IBGE por Getúlio Vargas, ficou vedada a existência de cidades com o mesmo nome no território Nacional. Como existia um município goiano com esse nome, e mais antigo, a Anápolis sergipana teve que voltar a se chamar Simão Dias, pelo decreto Lei nº 533, de 7 de dezembro de 1944.
Escrito por:
Marcelo Domingos de Souza
Licenciado em história pela Universidade Federal de Sergipe
Postado por Marcos Moretti às 22:14 0 comentários
ORIGEM DO MUNICÍPIO DE SIMÃO DIAS

O local onde está edificada o município de Simão Dias foi, no passado, uma povoação de índios fugitivos das expedições colonizadoras do Governador do Norte, Luis de Brito e Almeida. Esses índios se estabeleceram nas matas às margens do Rio Caiçá.
As terras do município constituem um relevo acidentado devido à presença de um conjunto de serras, com altitudes que oscilam entre 200 a 750 metros. Isso favorece a existência de uma vegetação menos vulnerável a estiagens típicas do sertão. As zonas de terras entre Simão Dias e Paripiranga, município da Bahia, são formadas por terrenos acidentados, onde é possível verificar a existência de matas fechadas, devido à impossibilidade de cultivo de cereais e pastagens. Nessa mesma zona, existem inúmeros sítios onde se cultivam árvores frutíferas e culturas de subsistência Esse relevo proporcionou aos índios que primeiro povoaram essa região um verdadeiro oásis, frente ao sertão. Daí a origem das diversas denominações que constam em documentos históricos, como: “Matas de Simão Dias”, “Matas do Coité” ou “Matas do Caiçá”.
Com a invasão holandesa em Sergipe, surge a determinação de conduzir os rebanhos até as margens do Rio Real. No entanto Braz Rabelo, proprietário baiano, que possuía rebanhos nas terras da atual Itabaiana, decide esconder seus rebanhos nas terras das matas à beira do Rio Caiçá. Desse episódio é que surgirá a figura histórica do vaqueiro Simão Dias, responsável pela condução do gado e pelo surgimento das primeiras instalações que daria origem à cidade.
Simão Dias passou da categoria de Vila para a de Cidade, em 12 de Junho de 1890, por decreto do presidente do Estado Felisbelo Freire, sob o argumento que a mesma possuía uma grande população - 10.984 pessoas, um comércio próspero, uma estrada de ferro que ligava a referida Vila a Aracaju, bem como, a existência de uma comarca recém criada. Com base nesses argumentos a Vila foi emancipada do município de Lagarto. A estrada de ferro, que serviu como uns dos argumentos para a emancipação política da antiga Vila, jamais foi concluída, restando hoje, algumas escavações e bases de pontes por onde passaria as linhas férreas, que permanecem abandonadas em fazendas da região.
O nome do município é uma homenagem ao colono que remonta aos primeiros tempos da ocupação do território sergipano. Trata-se de Simão Dias Francês, que nos anos de 1599, 1602 e 1607, juntamente com Cristóvão Dias e Agostinho da Costa, através de requerimento, solicitaram a concessão de sesmarias na região. O último requerimento, do qual o códice está no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, solicita “três léguas de terra em quadro” nas terras devolutas de Itabaiana,, para a criação de gado. Felisbelo Freire que além de presidente do estado foi também historiador afirma:
“Os terrenos onde está edificada hoje (1891) a Vila de Simão Dias foram doadas a Simão Dias Fontes, Cristóvão Dias e Agostinho da Costa”.(FREIRE: 1997, p..322).
As terras do município constituem um relevo acidentado devido à presença de um conjunto de serras, com altitudes que oscilam entre 200 a 750 metros. Isso favorece a existência de uma vegetação menos vulnerável a estiagens típicas do sertão. As zonas de terras entre Simão Dias e Paripiranga, município da Bahia, são formadas por terrenos acidentados, onde é possível verificar a existência de matas fechadas, devido à impossibilidade de cultivo de cereais e pastagens. Nessa mesma zona, existem inúmeros sítios onde se cultivam árvores frutíferas e culturas de subsistência Esse relevo proporcionou aos índios que primeiro povoaram essa região um verdadeiro oásis, frente ao sertão. Daí a origem das diversas denominações que constam em documentos históricos, como: “Matas de Simão Dias”, “Matas do Coité” ou “Matas do Caiçá”.
Com a invasão holandesa em Sergipe, surge a determinação de conduzir os rebanhos até as margens do Rio Real. No entanto Braz Rabelo, proprietário baiano, que possuía rebanhos nas terras da atual Itabaiana, decide esconder seus rebanhos nas terras das matas à beira do Rio Caiçá. Desse episódio é que surgirá a figura histórica do vaqueiro Simão Dias, responsável pela condução do gado e pelo surgimento das primeiras instalações que daria origem à cidade.
Simão Dias passou da categoria de Vila para a de Cidade, em 12 de Junho de 1890, por decreto do presidente do Estado Felisbelo Freire, sob o argumento que a mesma possuía uma grande população - 10.984 pessoas, um comércio próspero, uma estrada de ferro que ligava a referida Vila a Aracaju, bem como, a existência de uma comarca recém criada. Com base nesses argumentos a Vila foi emancipada do município de Lagarto. A estrada de ferro, que serviu como uns dos argumentos para a emancipação política da antiga Vila, jamais foi concluída, restando hoje, algumas escavações e bases de pontes por onde passaria as linhas férreas, que permanecem abandonadas em fazendas da região.
O nome do município é uma homenagem ao colono que remonta aos primeiros tempos da ocupação do território sergipano. Trata-se de Simão Dias Francês, que nos anos de 1599, 1602 e 1607, juntamente com Cristóvão Dias e Agostinho da Costa, através de requerimento, solicitaram a concessão de sesmarias na região. O último requerimento, do qual o códice está no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, solicita “três léguas de terra em quadro” nas terras devolutas de Itabaiana,, para a criação de gado. Felisbelo Freire que além de presidente do estado foi também historiador afirma:
“Os terrenos onde está edificada hoje (1891) a Vila de Simão Dias foram doadas a Simão Dias Fontes, Cristóvão Dias e Agostinho da Costa”.(FREIRE: 1997, p..322).
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